Livro I: As Crônicas de Danlos

No início tudo era nada.

O Universo era apenas um borrão preto em meio ao nada, foi quando em meio a um balanço que um ponto brilhante surgiu daquele borrão: Era Danlos, o criador e o próprio universo. De sua mente genial o d'O Continente se formou, dividido em muitas regiões Avaloria, Floresta dos Mortos, O Mar das Nereidas, As Ruínas de Fogo e uma em especial, o Reino de Hadera – até então, inabitado e desconhecido.

Hadera está registrada como parte de todo o Continente e não se sabe bem quando, como ou se um dia já fez parte, mas o Reino se separou do restante. A terra se moveu, dando origem a primeira e única Ilha de todo O Continente, bem distante do restante, Hadera só é acessível pela água, sendo quase impossível viajar até lá - exceto por uma bússola.

O mar de Hadera é repleto de criaturas marinhas, ciclones, correntezas e paredes de corais – além do cemitério de barcos que foi se formando com o passar das tentativas de ida até a ilha. Durante toda a história d’O Continente apenas uma embarcação foi felizarda em fazer tal viagem em segurança – mais que uma vez – levando consigo outra frota de navios.

Com o passar das Moosun – os dois períodos em que o calendário era dividido Draimoosun (quando é frio) e Sheamoosun (quando é quente) – Danlos foi povoando o mundo e dando sentido a vida n’O Continente. Ele andava entre as gerações de filhos de seus filhos, abençoando e trazendo melhoras para tudo que tocava, inclusive os humanos e a natureza. Com a união de suas mãos muitas espécies foram se unindo a principal, dos golfinhos e humanos Danlos criou as sereias, dos dragões e humanos, criou os Draconicos e assim por diante.

Todos sabiam quem era, mas jamais sabiam reconhecê-lo, visto que o ser assumia diversas formas em suas caminhadas – as vezes uma humana, um tritão, as vezes parte da natureza, como o próprio vento –, mas os humanos aprenderam a atraí-lo. E foi em uma de suas muitas caminhadas que Danlos foi acorrentado e aprisionado com suas próprias criações.

Por quase uma década ficou à mercê das vontades e pedidos de Malachi Darkthorn, que fazia de tudo para que Danlos cedesse à ele seu poder, ou pelo menos fizesse o que ele desejava. Mas o ser negou incessantemente, sendo por fim libertado em um momento de descuido, e embora não fosse tanto tempo para um ser imortal, seus atos geraram consequências lastimáveis.

Danlos sentia que parte de si – a parte que criava, unia, procurava aprimorar o bem de suas proles – havia deixado de existir. Seu poder era absurdo e insistia em consumi-lo pouco há pouco, assim como tentava seus descendentes. Dito isso, Danlos fez o que acreditava ser o melhor, dividiu-o em cinco partes que habitariam os filhos de seus filhos pela eternidade, enquanto ele, detendo ainda boa parte do poder, se isolaria do mundo. Danlos nunca mais foi visto, mas as partes dele reinaram n’O Continente até os dias atuais.

As Principalidades, como foram denominadas, eram divididas entre Lua, Sol, Ar, Terra e Água, dominavam aquilo que correspondiam e estavam fadadas a se encontrarem em suas vidas sob O Continente. As duas primeiras sempre morriam e renasciam com não mais que cinco anos de diferença, sempre ligadas. Já as outras três eram mais livres, costumavam se cruzar, mas não tinham a mesma atração que a Lua e o Sol. Da união deles uma nova raça surgiu, os druidas, capazes que realizar magias e ritos influenciando a natureza ao seu redor, um erro que jamais deveria ter acontecido, já que agora tinham poder para enlouquecer a cabeça de si e de outros.

Ainda assim, nada aconteceu, e não que não pudessem ficar juntos, até porque em tempo de descobrirem o que havia ocorrido, a nova raça já havia se espalhado pelo O Continente, mas precisavam se manter em alerta, pois a união da Terra e da Água poderiam gerar algo de igual ou maior poder que aquela raça.

A união de dois druidas não gerava um terceiro - exceto por descendentes com2/4 do poder -, apenas a união da Lua e do Sol, o que ajudou a conter o avanço daquela população.